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Sou colunista do Jornal Norte do Piauí desde novembro de 2012. Estou quase fazendo três anos que publico artigos neste meio de comunicação. Abaixo a publicação de 04.10.2015, Ano XLVIX, Nº 3984.
APERTANDO O CINTO
Não estamos levantando nenhum voo e
mesmo sem sair do lugar é hora de apertar o cinto. Sem emagrecer e sem querer ficar mais elegante
é hora do arrocho. Isso é voz geral. Jornais, revistas, televisão, economistas,
políticos recomendam isso a toda hora.
O mundo dos homens é bastante complicado como diz o
Pequeno Príncipe de Saint Exupéry. Nem
gente grande entende como um país tão rico como esse, com tantas terras
produtivas, água abundante, clima favorável, petróleo e muitas riquezas a
explorar, pode estar tão preocupado com números. Os números não batem, não são
sequer suficientes para cobrir outros números.
Talvez a resposta esteja nos baobás. Eles cresceram muito
e suplantaram as roseiras e as sementes boas do nosso planeta. Pareciam plantas
inofensivas, ou melhor dizendo, sementes boas que espalhavam o bem: o
crescimento da nossa economia a redução da miséria, a valorização do real, a
estabilidade de preço e o avanço significativo na distribuição de renda. Tudo
melhorava, mas sorrateiramente a semente ruim se espalhava tal qual uma erva
daninha ou como as raízes dos baobás do planeta do Pequeno Príncipe. Essas sementes foram infestando esse grande
Brasil e os números negativos foram se multiplicando, as dívidas aumentando
para as luxúrias dos baobás que cresciam a cada dia.
Tristeza é pouco para a situação que estamos vivenciando.
Mas há coisas que pode nos trazer prazer sem incluir números. Olhar o por do
sol, deleitar-se com o mistério do amanhecer e anoitecer. Isso pode nos fazer
acreditar que nem tudo acabou. Esperança!
É possível salvar a flor que amamos: o Brasil. Ela está
em perigo. Temos que livrá-la das ovelhas, das serpentes e dos tigres. Temos
vulcões? É preciso cuidar para que não entrem em erupção e destrua mais ainda
nosso território. Atentai para as lições do Saint Exupéry: Devemos suportar
duas ou três lagartas para conhecer a borboleta e exigir de cada um o dever que
cada um pode cumprir. Isso e muito mais
precisa ser feito para salvar um planeta.
O momento é de percorrer caminhos rochosos, de andar na
areia ou na neve até encontrar uma estrada: a saída. Não é hora de dormir em
berço esplêndido e sim de adaptar-se ao momento de crise e agir com inteligência
e cautela financeira, mudando de hábitos e organizando contas, cortando gastos,
comprando só o necessário, pesquisando preços, e evitando os supérfluos. Poupar
se sobrar, fazer uma reserva financeiro se possível, frear o consumo para se prevenir do que vem
por aí, são algumas questões que precisam ser observadas de imediato.
Uma das
boas lições que se pode tirar de um momento de crise é usar a criatividade. Criar novos estilos de vida, modos de
diversão sem gastos e formas de comer saudavelmente diminuindo as despesas. Ação
é a palavra.
Nada acontece por acaso. Temos que aprender com os nossos
erros. Somos em parte responsáveis pela crise. Não fazemos escolhas com
responsabilidade, não somos comprometidos com as nossas atitudes. Estamos
colhendo os frutos das sementes que plantamos.
Precisamos cuidar do nosso planeta. Aqui temos estrelas,
serpentes, flores e baobás. Estamos em
crise, mas tudo passa nessa vida. E fica aqui mais um ensinamento do Saint Exupéry:
“Antes de se tornarem grandes, os
baobás um dia foram pequenos”. Essa é a
hora de cortar o mal pela raiz.
Hoje apertar o cinto é necessário, mas como diz o dito
popular: depois da tempestade vem bonança. Amanhã bons dias virão, assim
acreditamos.