terça-feira, 14 de agosto de 2012

É BIZARR0

           Tem um velho ditado popular que diz assim: “morro e não vejo tudo”.  Pois é, a gente fica pasma com certas coisas que acontecem no dia-a-dia, que a gente nunca imagina que pudesse acontecer.

            Um dia desses fui abordado por um simpático senhor que conhecia o estilo de minhas crônicas e pediu licença para me contar uma história. Disse que estava me dando de presente um texto para que eu publicasse como de minha autoria. Esqueci de perguntá - lo se o caso foi verídico ou imaginação criadora dele. O certo é que gostei e repasso para meu estimado público.

            Começa com uma linda história de amor entre um casal muito apaixonado. Ela tinha o corpo escultural e isso só fazia seu parceiro ficar mais enamorado. Ele era um escultor. Sabia apreciar as formas, valorizava as linhas, os ângulos o que favorecia apreciar as belas curvas da sua amada, mais que qualquer um leigo.

            E assim se passaram alguns anos, comeram alguns quilos de sal juntos e ela foi engordando, perdendo traços, ele já não mais encontrava cordas no seu violão, aliás, não havia mais instrumento musical. Havia sim, um bujão de gás, um saco de batata.

            O amante, o artista, o apaixonado, o parceiro, o escultor,  passou a se preocupar com a esposa e começou a investir em sua recuperação corporal. Pagava academia, contratou personal trainer , massagista, nutricionista, mas ninguém dava vencimento ao apetite da mulher que comia, comia,comia e engordava, engordava, engordava.
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           O marido já sentia o fracasso do casamento. Lutava incessantemente para conservá - lo. Mas, a imagem daquela mulher que não era mais a esposa que contrai núpcias tornava o casamento frio, gelado, sem atração.

            Foi o jeito tomar uma atitude esdrúxula, mas bem intencionada, salvar o casamento.  Chamou duas pessoas de sua confiança e simulou um seqüestro. Encenou bem o seu papel. Chorava preocupado com a esposa. Não saía do pé do telefone aguardando o contato dos seqüestradores. Inventava que recebia mensagens dizendo que breve anunciariam o valor do resgate.

            Enquanto isso, a vítima no cativeiro era tratada muito bem. Com água e comida light. Todo o conforto necessário. Se não fosse a saudada da família e da mesa farta, aquilo era um céu.
            Certo dia os homens de confiança chegaram para o patrão e anunciaram.
            - Ela está no ponto. Magrinha, magrinha.

            - Traz a madame ordenou.

            Comunicou a todos que os contatos foram feitos e ele iria pagar o resgate. Simulou tudo direitinho e sua amada esposa foi libertada. Sua chegada foi com uma festa. Ela estava linda. Do jeito de quando eles se conheceram. Corpo escultural. Um violão. E ele dedilhava com muito prazer nas cordas de sua linda amante. Amaram fervorosamente. Tiveram uma nova lua de mel. O amor renasceu.

            Mas, esse quadro não durou muito. Para começar a festa de comemoração de sua saída do cativeiro tinha de tudo. E ela faminta experimentou de todas as delícias. Não conseguia conter sua gulodice e o saco que estava vazio começou a encher.  E foi crescendo, crescendo. Antes que ela chegasse ao extremo o marido advertiu. Faça regime, volte para academia, faça caminhada, procure a nutricionista. Mas, nada disso dava vencimento comparado a quantidade de alimento que ela digeria.

            E tudo começou outra vez. Ele não tinha mais tesão.  Na tentativa de salvar mais uma vez seu casamento insistia diariamente para que a sua amada se cuidasse. Por conta disso muitos atritos aconteciam entre eles e num belo dia a coisa pegou fogo. No auge da discussão sem querer ele deixou escapulir: só mandando lhe seqüestrar de novo para você emagrecer.

            - O que? Então o seqüestro foi uma farsa? Ele tentou explicar a boa intenção da coisa, mas ela estava indignada com o fato. Discutiram, brigaram muito. E eu fico a matutar. Será que ela perdoou o marido e prometeu emagrecer?  Ou quem sabe, ele tenha aceitado ela gorda, do jeito que ela não se importa de ser. Fico até fantasiando e imaginando que tudo terminou num longo beijo Eles se amavam tanto.

            O fato é que, o resto desse romance só sabe Deus.

P R E S E N T E




PRESENTE É AQUILO QUE SE OFERECE COMO AGRADO. É UMA LEMBRANÇA. MAS SERÁ POSSÍVEL ALGUÉM SE PRESENTEAR? EU CONHEÇO UMA PESSOA QUE  DIA DOS PAIS GANHOU MUITOS PRESENTES: CAMISAS, BERMUDA, CANECA, TOALHA E UM PRESENTÃO QUE ELE MESMO SE OFERECEU. ESSE VALEU A PENA. VEJA QUE PRESENTE!


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