sexta-feira, 15 de junho de 2012

DO FUNDO DO BAÚ - DISCURSO DE POSSE NA APAL - 03.06.2006 - LANÇAMENTO DO LIVRO "ASSIM É A VIDA"



 
DISCURSO DE POSSE - MARIA DILMA PONTE DE BRITO
ACADEMIA PARNAIBANA DE LETRAS
LANÇAMENTO DO LIVRO "ASSIM É A VIDA"
“A vida de cada ser humano é uma constante e contínua sucessão de fatos, de empreendimentos e de lutas, caracterizada por cada individualidade”. 
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Sábias palavras, da imortal Maria da Penha  Fontes e Silva,  primeira ocupante da Cadeira 04 desta Academia, proferidas  em seu discurso por ocasião  da comemoração do centenário de nascimento de Ademar Gonçalves Neves.
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Cada homem tem a sua história, seus objetivos de vida, suas esperanças e tem seus  sonhos.
O homem, mesmo tendo consciência de sua transitoriedade, quer superar seus limites. É próprio da natureza dele projetar objetivos, perseguir metas, traçar planos, às vezes, tão audaciosos que parecem intangíveis. Um dos preciosos alimentos para o espírito é nutrir um ideal; porque ele dá sentido à vida, não obstante parecer, simplesmente, um sonho.
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Identifico-me com esse homem que não pára de sonhar. Desde muito cedo, apaixonada pelas letras, tinha um sonho distante, um sonho impossível:   fazer parte deste cenáculo literário.
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    .         E hoje, esse sonho torna - se real. Aqui estou, nessa noite, num dos momentos mais marcantes da minha vida, ostentando “o manto”, consagrada imortal pela Academia Parnaibana de Letras.
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Chego a esta Academia,  após seleção, onde atendi requisitos de edital público e  na tarde de 24 de dezembro de 2005, por votação, os acadêmicos acolheram meu nome,  para fazer parte dessa casa, o que agradeço com veemência. A convivência com os imortais  da APAL, com certeza,  será um estímulo para continuar produzindo cada vez mais.
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Sabemos que nem toda produção humana torna-se reconhecida, embora significante. Muitos ficam no anonimato. Aqueles que contribuíram com a Arte, com a Ciência, com as Grandes Maravilhas do mundo, às vezes são lembrados por algum tempo.  O sucesso  é transitório, torno a repetir . Por isso, temos o dever e a obrigação de lançar um olhar retrospectivo para relembrarmos os feitos, as obras, as contribuições dos que fizeram parte desta Academia.
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Peço licença para lembrar aqui alguns ilustres acadêmicos que não estão mais em nosso meio, mas quero relembrá-los, porque foram notáveis e por sorte minha, meus professores.  Eles, com certeza, são também responsáveis pelo solene acontecimento desta noite. Refiro-me ao Monsenhor  Antônio Monteiro Sampaio, Cândido de Almeida Athayde,  Maria da Penha Fonte e Silva e José de Lima Couto . Mais gratificante ainda é poder conviver nesse mesmo teto com meus grandes mestres que ainda vivem, de quem serei eterna aluna: Lauro de Andrade Correia, Maria Christina de Sousa Oliveira ,  Israel José Nunes Correia , Padre Vicente Gregório de Sousa Filho e Francisco de Assis Cajubá de Brito, a tomar posse.
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Meus mestres contribuíram para a minha história. E assim, respaldada em seus ensinamentos tracei minha trajetória profissional e de vida. E fui em frente, plantei árvore, tive filhos e escrevi livros. As árvores eu adubo, rego. Toma minutos do meu dia essa doce tarefa. Os filhos seguem o curso de suas vidas.  O amor de mãe que nunca se esgota estará sempre presente. E os livros? Os livros me chamam, com a cumplicidade do meu amado esposo Ademir Brito, que me incentiva a escrevê-los. Sinto cada vez mais a necessidade de me comunicar com os outros, através da literatura. De fazer rir, de fazer viajar, de contar histórias que o povo quer ouvir. É prazeroso pintar com as palavras, encontros e desencontros, amor e paixão. A gente faz rir, a gente faz chorar. A poesia é irmã da Magia. Leva a tempos e lugares onde transporte  algum pode chegar. Sem precisar de dinheiro, basta imaginar.  E foi nesse afã que nasceu Histórias de Marilu. O povo leu. O povo gostou. O povo incentivou. 
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Foi semeada uma nova semente. Nasceu uma nova obra. “Assim é a Vida”. É interessante escrever para rostos anônimos, com pensamentos diversos. Uns gostam mais, outros menos, outros não gostam. Para saber é necessário ler. Leiam meu novo livro. Como diz  o filósofo , poeta, psicanalista, teatrólogo  Rubem Alves:
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“ O escritor transubstancia, sua carne e seu sangue em palavra e diz aos leitores: – Leiam! Comam!Bebam! Isso é minha carne! Isso é meu sangue! A literatura é um processo de transformação alquímica.  Todo escritor escreve na esperança de ser devorado pelos leitores”.
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Sou consciente, porém, que fazer parte da Academia Parnaibana de Letras, não torna ninguém  melhor escritor, não transforma ninguém em sábios nem em gênios. Ela, como explica Márcio Souza, da Academia Amazonense,  não produz milagres, mas “ é o lugar ideal para melhorar as qualidades humanas de cada um, pelo convívio  irmanado pelo amor às letras, pelo embate das idéias, pelo exercício da sofisticação crítica”.
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Falei dos meus imortais mestres que fazem parte dessa Academia. Agora, chegou o momento de evocar  mais dois outros ilustres acadêmicos: Lívio Castelo Branco, o Patrono da cadeira 28, que passo hoje a ocupar, e o primeiro ocupante desta cadeira Humberto Teles Machado Sousa.
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Lívio nasceu em Barras, em 20 de fevereiro de 1876 , mas passou a maior parte de sua vida em Parnaíba, onde faleceu em 05 de fevereiro de 1929. Bisavô do ilustre acadêmico Alcenor Candeira Filho, ocupante da cadeira 06 desta Academia que o citou  no livro intitulado “Aspectos da Literatura Piauiense”, fazendo referência ao soneto “Progresso” de sua autoria.   Poeta e contista. Foi auxiliar e chefe de Contabilidade da Casa Inglesa, renomada empresa de nossa cidade. Assinava crônica com o pseudônimo de João de Mato e Sabino Ferreira. Foi incluído na Antologia de Sonetos Piauienses, com o soneto “ Parnaíba”. Também de sua autoria, a poesia “Retalhos”, publicada no Almanaque da Parnaíba de 1928, que passo a recitar:
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                              R E T A L H O S
Isolado, distante, ausente da cidade,
                  Nessa quadra feliz da minha juventude.
                  A casa da Fazenda, a Rancharia, o Açude
                  Formava meu Império, e Eu a Majestade!
                  Ali, não ia o Mal, o fruto da vaidade,
                  Desfazer o prazer daquela quietude:
                  -          Somente se encontrava, efeito da virtude,
                 O bem predominando em plena liberdade!
                 Supunha, então, o Mundo em doce Paraíso;
                 Que além daquele Céu jamais se prolongasse
                 Esta vida infernal que só hoje diviso;
                 Que o Bondoso de outrora em Judas se tornasse,
                 E calmo, consciente, intrépido, conciso
                 Viesse ao Benfeitor cuspir na sua face!
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Humberto Teles Machado de Sousa foi o primeiro ocupante da cadeira número 28. Nasceu na cidade de Parnaíba onde passou sua infância. Estudou no Ginásio Parnaibano, companheiro de turma do renomado advogado Francisco de Assis Cajubá de Brito, também imortal, embora ainda não empossado. Passo a relatar a biografia de Humberto, colhida do Jornal Norte do Piauí, de 24 .07.2004, num artigo de autoria de   Dr. Assis Cajubá de Brito escrito  por ocasião de sua morte.
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 Humberto Teles foi líder estudantil , fluente orador, poeta e contista.  No Rio de Janeiro, como estudante de Direito, integrou-se no movimento estudantil iniciando intensa atividade política. Ao concluir o curso de Direito destacou-se como um dos mais conhecidos criminalistas do Rio de Janeiro, atuando em casos de repercussão nacional como o de Ângela Diniz e como Assistente da Promotoria no caso da  Rua Toneleiros que vitimou o Major Rubens Vaz. No foro, defrontou-se  entre outros mestres de Direito como: Romeiro Neto e Evandro Lins e Silva, que chegou a classificá-lo como um dos mais completos oradores que já viu na Tribuna de Júri. Foi professor universitário, contista, poeta, tribuno, escritor, mas notabilizou-se nacionalmente como advogado criminalista.
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                Orgulha-me, portanto, ter como patrono Lívio Castelo Branco, que se fez imortal pelas suas idéias, pela sua inteligência, pelos seus trabalhos, pela sua produção. Orgulha-me substituir o primeiro ocupante dessa cadeira.  Um homem que deixou um exemplo dignificante de honradez, de justiça e segundo o seu companheiro de escola, Dr. Cajubá “ a sua memória deve ser reverenciada e seu exemplo deva servir para a juventude e para os estudantes de Direito e advogados”.
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 Identifico-me  com Humberto Teles, advogado e professor universitário.  Sou Bacharela em Direito e Professora Universitária como ele. Identifico-me com o meu Patrono e com  o primeiro ocupante de sua cadeira. Ambos contistas. Contadores de Histórias. Essa é a minha arte. Minhas obras: Histórias de Marilu e Assim é a Vida...seguem essa linha.
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A produção literária, cultural e científica, eterniza-se para a história. Elas refletem, ao seu modo, as formas de expressão, a linguagem, o ambiente social e político de uma determinada época. É certo que cada um de nós, acadêmicos, deixaremos à posteridade, parte do presente. É possível dizer, portanto, que estamos construindo o futuro.
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Concluo  agradecendo as homenagens de minha  apresentadora, a doce acolhida dos acadêmicos da APAL, aos meus familiares que me apoiaram em toda essa caminhada e em especial aos três grandes homens de minha vida: meus filhos Breno e Dante e meu fiel companheiro Ademir Brito. Agradeço aos amigos que vieram me prestigiar  e quero dizer ainda,  que esta noite  é de celebrações. Celebro essa noite  de glória.
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              Sou uma contadora de histórias. Minhas histórias são para divertir, não tem contra-indicação. Minhas histórias são poesias que ficarão para a  eternidade porque a poesia é eterna. Só ela sobrevive às crises, a bomba atômica, às guerras e cataclismos, como explica o poeta,  J.G de Araújo Jorge:
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Viverão os povos mesmo sem algodão, sem petróleo e sem trigo
                  De qualquer forma – olhai a China de Confúncio e do arroz,
Vencerão guerras e cataclismos - não subsistirão sem a poesia.
Nasce da terra, do homem. É flor, é fruto, é trigo e carne,
É linho e seda, é rosa e sangue, petróleo e ferro;
É água e luz.
Restarão os povos que produzirem poesia nas suas terras;
                  Só eles passarão incólumes pela bomba atômica – sobreviverão heróicos.

                                                                                               Obrigada!


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DO FUNDO DO BÁU - DISCURSO PROFERIDA PELA ACADEMICA MARIA DILMA PONTE DE BRITO  NA APAL - APRESENTANDO O LIVRO "A FÊMEA DO CAVALO ALADO" DE PAULINA DE MORAES - DIA 02.10.2011




Apresentar “A Fêmea do Cavalo Alado” para este seleto público, na verdade não está sendo uma missão muito fácil. Primeiro porque gostaria de ter tido tempo de ler esta maravilhosa obra mais de uma vez, o que não foi possível. Aliás, a rapidez com que foi programa esta solenidade de lançamento tem muita a ver com a autora da obra.
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Pela própria apresentação de sua pessoa pela acadêmica Ieda, trata - se de uma poetisa, inquieta, agitada, que está sempre montada num cavalo alado, pronta para viajar para outro país ou viajar em sonhos, em pensamentos entre paixões, amores, saudades e recordações.
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É assim o livro de Paulina Moraes, um livro de poesias filosóficas, líricas, épicas, que ora parece contar parte de sua vida, ora deixa dúvidas entre a realidade e a fantasia.
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A obra está dividida em dez títulos: Introdução, Fuga, Estados Unidos, Brasil, Infância e Adolescência, Primitivo, No Avesso, Silêncio, Sexualidade, Passado e Realidade.
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A poetisa tem um jeito próprio de escrever, se comunica de forma diferente, inteligente, misturando em seus versos sentimentos e arte tudo com sabedoria numa linguagem simples, espontânea que prende o leitor.
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O Acadêmico Hugo Gonçalves Roma, Presidente da Academia de Letras do Estado do Rio de Janeiro que prefaciou a obra de Paulina a descreve como poetisa que burila seus belos versos dando um efeito maravilhoso ao falar de sentimentos e da própria natureza.
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Seus poemas são espontâneos, soltos, demonstrando uma grande sensação de liberdade pela forma de jogar as palavras sem medo, sem preconceito e com a coragem de deixar falar mais alto o que vem da alma.
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Não vou continuar falando mais e mais do conteúdo do livro para não tirar a surpresa, o brilho de quem vai ter o prazer de ler “A fêmea do Cavalo Alado”, recomendo a todos vocês a leitura dessa obra que vale a pena ser lida.
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Encerro, portanto, aqui apreciação e apresentação do livro  de Paulina  fazendo a leitura de uma poesia que consta do quarto título desse compêndio intitulado “Infância e Adolescência”, período em que a autora morou em Parnaíba, na Avenida Presidente Vargas, na casa em que hospedou Getúlio Vargas e que eu tive o prazer de freqüentar através do convívio com sua irmã Fátima Véras, esta residência  foi demolida a algum tempo e hoje em seu lugar está funcionando a Ótica Brasileira.
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Casa grande
Amarelo pálido,
Detalhes em branco,
Janelas e potais
Verde musgo...
O ferro de engomar em brasas,
Ora abano, ora sopro das engomadeiras
Todo dia era para engomar os panos da copa
Os pijamas e as roupas da cama
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A cozinha na cor azulão
O fogão a carvão
E num canto pra socar o café, o pilão!
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Mesa farta com carne e legumes:o ensopado
Peixe frito ou cozido, galinha ou pato
Arroz e feijão!
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O primeiro cachorro, o colibri,
Depois o Veludo
Preto e peludo
A Sereia e, por último a Lili!
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A abelhas formavam colmeias
Em nossas janelas,,,
A casa grande, na cor amarelo pálido
Pelos anos desbotadas
Hoje é derrubada!

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DO FUNDO DO BAÚ - 04.05.2012 - DISCURSO  PROFERIDO PELA ACADÊMICA MARIA DILMA PONTE DE BRITO APRESENTANDO ANTÔNIO DE PÁDUA MARQUES DOS SANTOS, NO LANÇAMENTO  DE SUA OBRA INTITULADA  "RUA DAS FLORES



         Foi com muita satisfação que recebi a prazerosa incumbência de apresentar para esse seleto auditório, o autor da obra “Rua das Flores”, que está sendo lançada nessa noite.

            A tarefa é de grande responsabilidade, mas acatei na certeza que não seria difícil cumprir essa missão, porque já algum tempo venho acompanhado os passos do escritor Antônio de Pádua Marques Silva, o Padinha, como é conhecido pelos amigos.

            Tenho laços de amizade com seus familiares, trabalhei na Universidade Estadual do Piauí, - UESPI, com sua irmã, a Professora Maria de Jesus, a talentosa e inteligente Dude, o que me leva a crer que a intelectualidade é um bem de família.

            Além do que, há exatamente 61 dias, nesse mesmo auditório, ele, Antônio de Pádua Marques Silva, foi empossada  na cadeira 48 da Academia das Sete Cidades – ALRESC, ocasião em que tive a oportunidade complementar o meu conhecimento a respeito desse grande escritor e  jornalista através do discurso de apresentação de sua pessoa, proferido pelo Presidente da ALRESC, José Alves Fortes Filho.
            Fui buscar a infância do Padinha, para compreender o jornalista e escritor de hoje. Descobri que desde criança ele era um leitor voraz de tudo o que lhe vinha às mãos. Segundo seus primeiros professores, na escola ele já demonstrava uma velocidade e limpidez na redação, sendo sempre um dos melhores alunos da turma.
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            Antônio de Pádua deixou sua terra natal na busca de se firmar profissionalmente. Estudou em Fortaleza e depois no Rio de Janeiro. Formou – se  em jornalismo e residiu mais de vinte anos em São Paulo, trabalhando como jornalista no setor de assessoria de imprensa e relações públicas para empresas estatais e privadas.

            Na metade da década de 90 retornou a sua terra natal para ficar. Foi nessa época que conheceu dois jornalistas, Francisco das Chagas Silva Carvalho e José Luiz de Carvalho, fundadores do Correio do Povo, jornal com tiragem de mil exemplares. Começou assim, a sua história no meio cultural parnaibano.

            Padinha, ia aos poucos demonstrando sua inteligência, seu espírito observador, seu jeito de gostar  de conviver com as pessoas, ouvir e dialogar. Aos domingos fazia um passeio matinal no mercado para ficar no meio do povo, aprendendo e absorvendo conhecimentos, habilidade essa, que herdou do seu estimado pai   Antonio Cornélio. Essa sensibilidade de observação, aliada à experiência do repórter, está na maioria das suas obras. Escreveu oito livros, entre fábulas e romances como: A Rua das Flores, Memórias de Bismark, Joana e Seus Filhos, O Libertador de Cuba, Gato Ladrão de Sebo, A Grande Festa dos Bichos, As Máximas e Serragem.
            Além desses livros Antônio de Pádua, mostra a sua versatilidade, com o monólogo Abraão, uma peça de teatro,  que foi oferecida aos cuidados do diretor Joaquim Lopes Saraiva, onde ele descreve as reflexões de um eremita e trata sobre a vida, o poder, as ambições e a morte..
            Como membro efetivo do Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Parnaíba, foi o idealizador, redator e editor da revista Histórica do IHGGP, que teve quatro edições. Atualmente é redator e produtor de televisão. Na verdade, Padinha circula bem entre a imprensa escrita e a eletrônica.
            Mas falando ainda do profissional de imprensa, podemos dizer que, pela sua formação, o jornalista Padinha tem uma verdadeira obsessão pelo estilo, é meticuloso às regras de redação e a ética na montagem de uma notícia. Respeita o leitor, que precisa ser bem informado e ouvido.
            Padinha é também um apreciador de cinema, tendo preferência por aqueles filmes que tratam de emoções, mobilizações políticas e sociais como as guerras.
            Padinha, como repórter e como pessoa, gosta do povo, de gente comum, porque são com elas que constrói o tecido que veste a notícia do cotidiano. Essas pessoas são levadas para a obra do Padinha, primeiro nesse livro ora apresentado, “A Rua das Flores”, depois em “Joana e Seus Filhos”, “Gato Ladrão de Sebo” em “Serragem”, obras prontas e que serão brevemente publicadas.

            O estilo do autor dessas obras nos faz lembrar o escritor pernambucano Nelson Rodrigues, com mistérios e tragédias em seus escritos e ambos são além de escritores, dramaturgos e amantes do cinema.

            A Rua das Flores, na opinião do próprio autor, é um livro de inquietação e de esperança. A mesma esperança que se manifestou nele ainda rapazinho quando saiu de casa para estudar fora, primeiro em Fortaleza e depois no Rio de Janeiro.

            Esse é um relato sucinto da pessoa de Antônio de Pádua Marques Silva, o Padinha, que nos presenteia nessa noite com a obra “Rua das Flores”, a primeira de muitas outras que está por vir.

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DO FUNDO DO BAÚ /2007 -DISCURSO PROFERIDO PELA ACADÊMICA MARIA DILMA PONTE DE BRITO   APRESENTANDO MARIA NILZA OLIVEIRA DE CARVALHO  NO LANÇAMENTO DE SUA OBRA INTITULADA "OLHARES MÚLTIPLOS".


É uma honra e um desafio assumir a Diretoria do Núcleo da Academia de Ciências do Piauí na cidade de Parnaíba. A presença deste Núcleo representa apoio à criação literária e incentivo as novas gerações de poetas, contistas e historiadores que tem surgido a cada dia em nossa cidade.  Agradecemos ao Presidente da Academia de Ciências do Piauí, escritor Herculano de Moraes, por nos ter presenteado com este Núcleo e aceito o desafio de geri-lo porque sei que contarei com a colaboração e apoio de todos que estão envolvidos, com a literatura, com a arte e com a ciência.



Coube - me a feliz “missão” de apresentar para este respeitável auditório o livro “OLHARES MÚLTIPLOS”, já em sua segunda edição de autoria da professora MARIA NILZA OLIVEIRA DE CARVALHO, uma piauiense, natural de Elesbão Veloso, graduada em Letras/Português pela Universidade Estadual do Piauí e pós-graduada em Metodologia do Ensino, pela Associação de Ensino Superior do Piauí – AESPI. A Professora Maria Nilza é titular da Academia de Ciências do Piauí, tendo publicado  diversos artigos sobre língua portuguesa e literatura, em jornais de Teresina e é autora dos livros:   “Labirintos do Amor” e  “Olhares Múltiplos”.

Olhares Múltiplos é um livro de leitura agradável que prende o leitor pela forma natural de sua escrita. Este livro está dividido em duas partes.

Na primeira, a autora analisa diversos poetas, entre eles: Vinícius de Moraes, Fernando Pessoa, Ferreira Gular e Castro Alves, fazendo revelações interessantes e evidenciando de forma singular a característica de cada um desses poetas. Enfatiza, principalmente, as obras de Vinicius de Moraes, seus nove amores, suas paixões e seus poemas embasados no lirismo e também nas questões sociais, explícito no poema “O Operário em Construção”. Ainda nessa primeira parte, a autora Maria Nilza faz referência à letra da música de Luiz Gonzaga, denominando “Asa Branca”, o hino do povo brasileiro. Além do baião se reporta a outros ritmos surgidos na década de 1940 como o côco, xaxado e a bossa nova que surgiu em 1958.

Na segunda parte do livro “Olhares Múltiplos”, a autora, nos remete a uma reflexão a respeito da difícil tarefa do professor em educar, em abrir caminhos para o mundo da leitura, mostra o papel da escola na formação dos leitores, aborda suas experiências do dia-a-dia, como professora, analisa as dificuldades do ensino fundamental, trata das questões filosóficas, políticas e psicológicas da avaliação, entre outros assuntos.

No final, encontramos três ensaios sobre a linguagem textual, o que nos leva a constatar a grande preocupação dessa educadora, escritora e poetisa, com os livros, com a boa leitura, com os encantos e os momentos prazerosos que ela nos proporciona, além dos conhecimentos e saber.

Maria Nilza quero parabenizá-la por esta excelente obra. Tenho certeza que quem ler este livro descobrirá nas entrelinhas muito mais encanto do que esse que tentei passar ao descrevê-lo.

Recomendo, portanto, a todos que leiam “Olhares Múltiplos”. Ler é preciso. E concluo minhas palavras com a mesma frase que finalizo todas as minhas falas, quando me refiro a literatura, a poesia, a arte de escrever:

 “Um país se faz com homens e com livros” – Monteiro Lobato.

2 comentários:

  1. MARIA DILMA PONTE DE BRITO, vc conheceu a Professora Maria da Penha Fonte e Silva?
    morei na casa dela em 1986 a 1989 e ela faleceu em 1994 fiquei sabendo do falecimento dela somente 10 anos depois. Fico feliz por voce mencionar o nome dela, porque ela foi um exemplo como educadora.

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    1. Conheci muito a professora Maria da Penha. Foi professora do Colégio das Irmãs colégio onde estudei. Sei a casa que ela morava ( Rua Ademar Neves) mas não me lembro da pessoa que morou lá durante 1986 a 1989. Você alugava uma casa dela ou era hóspede da professora? Morou com ela esses 3 anos? Concordo com você , foi uma excelente professora.

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